O 2º Fórum Bioinsumos no Agro, realizado no dia 9 de outubro no Auditório da Ocesp, em São Paulo, reuniu autoridades, pesquisadores, executivos e lideranças do setor para debater os caminhos da inovação, sustentabilidade e competitividade no agronegócio brasileiro.
O evento, promovido por Embrapa, Sistema Ocesp e Sociedade Rural Brasileira (SRB) e organizado pela Araiby, reforçou que o avanço da pesquisa e da tecnologia em bioinsumos pode transformar a produção agrícola, mas depende de regulamentação previsível, biossegurança e disseminação de conhecimento entre todos os atores do setor.
Regulamentação e segurança jurídica como pilares para o crescimento
Durante o fórum, especialistas destacaram a necessidade de regulação baseada em evidências científicas.
Amália Borsari, diretora de Bioinsumos da CropLife Brasil, reforçou que regras estáveis são essenciais para que a indústria invista com segurança e que o decreto em análise deve atender a diferentes setores do mercado.
Roberto Levrero, presidente da ABISOLO, apontou que o setor tem a oportunidade de contribuir para a elaboração da lei, garantindo previsibilidade, transparência e incentivando a inovação.
Lídia Cristina Jorge dos Santos, consultora jurídica do SINDIVEG, destacou os benefícios do marco regulatório, incluindo segurança jurídica e desvinculação da nomenclatura agrotóxico, permitindo ajustes na legislação estadual.
Artur Soares, diretor de Assuntos Regulatórios da ABINBIO, lembrou que a regulamentação também fortalece a confiança do mercado na qualidade dos bioinsumos.
Para os produtores, Eduardo Martins, presidente do GAAS, ressaltou que a produção de bioinsumos “on farm” reduz custos e aumenta eficiência, com suporte de equipamentos, assistência técnica e inóculos de qualidade.
Pesquisa e inovação: o futuro dos bioinsumos no Brasil
No painel “Prioridades para o desenvolvimento sustentável”, especialistas discutiram os avanços científicos e o potencial de transformação da agricultura:
- Rodrigo Mendes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, destacou que os microbiomas podem revolucionar a agricultura, ampliando as possibilidades além dos microrganismos isolados usados atualmente.
- Guilherme Bastos, da FGVAgro, apontou a necessidade de consolidar dados sobre sustentabilidade, permitindo maior autonomia do Brasil e potencial para exportação de bioinsumos.
- Felipe Itihara, gerente de Inovação da Koppert Brasil, enfatizou a importância de linhas de financiamento e fomento para apoiar a evolução do setor e o desenvolvimento de novas formulações.
Cooperativismo, marketing e gestão para expansão do setor
No painel “Modelos de Negócios, Gestão e Marketing”, especialistas discutiram estratégias de crescimento:
- Matheus Kfouri Marino, da Coopercitrus, destacou que os bioinsumos crescem acima de 30% na cooperativa, representando 3% do total de insumos, mostrando grande potencial de expansão.
- José Luiz Tejon e Camila Macedo Soares, da Biomarketing, defenderam a importância de uma comunicação que combine ciência, propósito e engajamento emocional para aproximar o setor urbano e rural.
Gestores do Sebrae-SP reforçaram que educação e mudança de comportamento são essenciais para que a tecnologia seja adotada de forma eficiente.
Apoio institucional e sustentabilidade como agenda estratégica
A abertura do evento contou com Guilherme Piai, secretário da Agricultura de SP, que destacou a importância dos bioinsumos na agenda de sustentabilidade do estado.
- Roberto Betancourt, vice-presidente eleito da Fiesp, reforçou que o setor de bioinsumos gera empregos, novas empresas e produtividade, sendo estratégico para a competitividade do país.
- Paula Packer, chefe da Embrapa Meio Ambiente, ressaltou que pesquisas levam de 5 a 10 anos para chegar ao mercado, evidenciando a importância do planejamento de longo prazo.
- João Adrien, da SRB, comentou que o setor contribui para reduzir dependência de químicos importados, aumentando a autonomia tecnológica do Brasil.
- Alberto Amorim, secretário em exercício da Agricultura de SP, destacou que o governo trabalha para transformar conhecimento científico em resultados concretos no campo.
O evento também tratou da COP30, com Roberto Rodrigues, professor da FGV, mencionando a elaboração de um documento estratégico para posicionar o Brasil como fornecedor global de tecnologia para agricultura tropical, abrangendo ciência, políticas públicas, crédito, cooperativismo e logística.
Bioinsumos como vetor de transformação do agro brasileiro
O 2º Fórum Bioinsumos no Agro reforçou que os insumos biológicos representam uma avenida de transformação, unindo ciência, inovação e sustentabilidade, com potencial de aumentar produtividade, reduzir custos e gerar competitividade internacional para o setor.
O evento contou com o patrocínio de OCESP, Syngenta, Koppert, Itaú BBA, ABINBIO, Faesp/Senar, Greenhas, Techfértil, Agrivalle e Satis.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio